Deixaste de me sentir, finalmente. Soubeste ao longo dos últimos anos que eu não estava lá. Finalmente perdeu o brilho, tal era a falta de reciprocidade.
Arruma isso na tua cabeça como quiseres mas a tua indiferença forçada, bruta e, principalmente, passional, não me engana.
Vivo em duas ou três casas estranhas, casas que ninguém conhece, casas que eu perdi. Uma outra, que deveria estar, não está lá. Nunca está. Não lamento o que perdi de mau – talvez por isso, essa casa não apareça - mas o que perdi de bom. E daí as outras. E essas perdas são cravas. A que tu me cravaste não foi mais do que uma martelada já dada por alguém ou por algo. Não a choro por ti, como não a chorarei por ti.
O que é lamentável é ver que aquilo que te engrandecia a meus olhos, não existia, afinal. A pretensa amizade que serve todos os propósitos e, maioritariamente os passionais, essa que não entra em minha casa, era também a tua… e eu não sabia, juro que não sabia.
E sabes, eu cheguei realmente a sentir-te, querias, quiseste tanto, ou disseste-o tanto, tanto, que eu me apaixonasse por ti, que o tiveste. Pura e totalmente, quando também para ti brilhou. Pediste essa possibilidade com todas as tuas forças durante muito tempo. Desejaste-a ardentemente, e foi-ta concedida. Fugiste nesse momento de verdade, para uma vida cujos frutos mais importantes são filhos de acidentes, e da (sempre) minha culpa. O resto foi uma ideia apagada que tu tentaste manter viva, sem dela cuidar.
Acredito piamente e não há que me demova, que foi sempre falta de coragem, ou indo um pouco mais além, o simples facto de afinal, estares, simplesmente, enganado. Agora que tens aquilo que sempre desejaste (q esta imagem te deixasse os sonhos), segue o teu caminho.
Mas segue-o sabendo sempre que falhaste comigo, que é isso o que eu penso, que fui um jogo perigoso e que é isso que te anima a existência nos dias. Substitui-o por outro, com a mesma nomenclatura de objecto de adoração, mas não te esqueças de que é uma pessoa. Não é de ontem que nos conhecemos...
Nestes anos, desde o crepúsculo sobre o Sado, desde o anel, desde o acidente que te matou, por esta ordem, casas como aquela da qual não me lembro aparecem, em diferentes sítios, todas com tectos demasiado baixos para que eu me erga de pé. Casas de olhos verdes e de cabelos claros, de objectos que ofereceste a alguém e nunca a mim. lingerie, relógios caros e batons dior. Casas com compartimentos múltiplos, que podem cair e têm pregos espetados, cada um à esquerda do outro aproximando-se das paredes meias, cada um mais exíguo do que o outro, mais baixo, tenho que ficar deitada e tentar ver o que se passa lá dentro, para saber que posso entrar. Chego a ficar, sobre as lajes de ferro que suportam um telheiro de zinco estreitíssimo e corroído, a fazer companhia aos pombos que se abrigam da chuva que não abranda, à espera, a ver passar oculto por paredes o que não é meu, a ver que não é meu.
Finge que estás a viver por algo maior, ou reconhece quem amas. Assolar-me-ão sonhos de chuva e ver-te-ei de roda da lareira, apenas a ti, a aquecer as mãos, a brindar com tequilla num verão onde nunca fui. Ainda que tenha deixado de te sentir, ainda que o saibas e me tenhas, por isso (assim o julgas e justificas), apagado. Finge que isto é mentira. Eu sei que não é. E não penses que viveste tudo sozinho, eu estive, de outras formas, a sofrer as consequências.
Arruma isso na tua cabeça como quiseres mas a tua indiferença forçada, bruta e, principalmente, passional, não me engana.
Vivo em duas ou três casas estranhas, casas que ninguém conhece, casas que eu perdi. Uma outra, que deveria estar, não está lá. Nunca está. Não lamento o que perdi de mau – talvez por isso, essa casa não apareça - mas o que perdi de bom. E daí as outras. E essas perdas são cravas. A que tu me cravaste não foi mais do que uma martelada já dada por alguém ou por algo. Não a choro por ti, como não a chorarei por ti.
O que é lamentável é ver que aquilo que te engrandecia a meus olhos, não existia, afinal. A pretensa amizade que serve todos os propósitos e, maioritariamente os passionais, essa que não entra em minha casa, era também a tua… e eu não sabia, juro que não sabia.
E sabes, eu cheguei realmente a sentir-te, querias, quiseste tanto, ou disseste-o tanto, tanto, que eu me apaixonasse por ti, que o tiveste. Pura e totalmente, quando também para ti brilhou. Pediste essa possibilidade com todas as tuas forças durante muito tempo. Desejaste-a ardentemente, e foi-ta concedida. Fugiste nesse momento de verdade, para uma vida cujos frutos mais importantes são filhos de acidentes, e da (sempre) minha culpa. O resto foi uma ideia apagada que tu tentaste manter viva, sem dela cuidar.
Acredito piamente e não há que me demova, que foi sempre falta de coragem, ou indo um pouco mais além, o simples facto de afinal, estares, simplesmente, enganado. Agora que tens aquilo que sempre desejaste (q esta imagem te deixasse os sonhos), segue o teu caminho.
Mas segue-o sabendo sempre que falhaste comigo, que é isso o que eu penso, que fui um jogo perigoso e que é isso que te anima a existência nos dias. Substitui-o por outro, com a mesma nomenclatura de objecto de adoração, mas não te esqueças de que é uma pessoa. Não é de ontem que nos conhecemos...
Nestes anos, desde o crepúsculo sobre o Sado, desde o anel, desde o acidente que te matou, por esta ordem, casas como aquela da qual não me lembro aparecem, em diferentes sítios, todas com tectos demasiado baixos para que eu me erga de pé. Casas de olhos verdes e de cabelos claros, de objectos que ofereceste a alguém e nunca a mim. lingerie, relógios caros e batons dior. Casas com compartimentos múltiplos, que podem cair e têm pregos espetados, cada um à esquerda do outro aproximando-se das paredes meias, cada um mais exíguo do que o outro, mais baixo, tenho que ficar deitada e tentar ver o que se passa lá dentro, para saber que posso entrar. Chego a ficar, sobre as lajes de ferro que suportam um telheiro de zinco estreitíssimo e corroído, a fazer companhia aos pombos que se abrigam da chuva que não abranda, à espera, a ver passar oculto por paredes o que não é meu, a ver que não é meu.
Finge que estás a viver por algo maior, ou reconhece quem amas. Assolar-me-ão sonhos de chuva e ver-te-ei de roda da lareira, apenas a ti, a aquecer as mãos, a brindar com tequilla num verão onde nunca fui. Ainda que tenha deixado de te sentir, ainda que o saibas e me tenhas, por isso (assim o julgas e justificas), apagado. Finge que isto é mentira. Eu sei que não é. E não penses que viveste tudo sozinho, eu estive, de outras formas, a sofrer as consequências.
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