14/11/2007

Não deixes que me levem, meu amor

Se o dia for escuro e acabar cedo,
Se o cinzentismo da vida teimar em continuar
não deixes que me levem, meu amor.

Não deixes que me levem mesmo se a minha solidão tiver cheiro a mofo
ainda que as minhas asas já tenham sido impiedosamente rasgadas,
ou se se tiver quebrado o lacre da integridade do meu invólucro.

Não deixes que me levem se a doença um dia queimar a minha pele,
se a tristeza continuar a chorar todos os meus dias
e se os circuitos da vida fizerem de mim aquilo que já sou.

Não deixes que me levem mesmo sabendo tu que eu não quero mais ver o sol
que não quero ver que nunca estive condenada à partida mas estive-o sempre à chegada
Não deixes que me levem daqui, deste pequeno refúgio de nada.

Não deixes que me levem
mesmo quando as pétalas caídas na terra já tiverem selado o meu enterro
E que já todos me tenham dado o seu amor e dito adeus
Por favor,
não deixes que me levem, meu amor.

2 comentários:

Daniel Paiva disse...

a tua linguagem é espantosa.

não posso dizer mais senão que "eles" não podem levar quem não quer ir.

kudus.

Daniel Paiva disse...

correcção:

não «sei» dizer mais que isso.