03/07/2025

Noite

 Hoje era a noite.


Chegámos e tirei os sapatos. Ajustei a roupa rente ao corpo em fino contorno.


Estava escuro, mas era possível circular e distinguir formas. 


Ainda se viam as pedras da praia, num tom já roxo de rosa de véu do astro.


Os corpos existem dentro das paredes de vidro, e nela são livres. 


Desenho uma forma infinita, sem padrão, deslizando a pele pelas paredes. 


Vesti a casa como se fosse um fantasma. 


E sou a casa, sou toda e engulo-te, num abraço traiçoeiro de remoinho.


E sou as pontas dos cumes das montanhas nas costas da casa


E abraço o mar de espuma brava, e sou o mar constante.


E sou

 tudo depois disso.

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